A ANTROPOLOGIA SALMÍSTICA
Reflexões sobre a alma e o tempo e o
eterno.
Nos salmos a alma que chora toda uma noite
para poder sorrir logo ao amanhecer (Sl 30.5); nos salmos vemos a alma que de
tanto sofrer chega ao ponto de invejar a riqueza dos maus (Sl 73. 3); vemos uma
alma que se azeda diante dos infortúnios da vida (Sl 73. 21); vemos a alma que
tem solidão de abrigo e pessoas – outras almas (Sl 142.4); vemos uma alma em
sequidão que anseia por significado, plenitude, prazer, vida – Deus.
Nos salmos vemos o espírito que pede uma
reforma de retidão no seu próprio espírito (Sl 51.10); vemos um espírito que
pede comunhão com um Espírito pleno de amor, paz e salvação (Sl 51.11,12);
vemos o espírito que encontrou morada nos braços do pai, assim como o pardal
ninho para si (Sl 84.2,3); vemos um espírito que deseja estar na presença do
Espírito de Deus.
A “antropologia salmística” está firmada
nisto: os salmos revelam nossa autobiografia espiritual.
Os salmos são a oração da nossa alma e o
louvor do nosso espírito. Os salmos não só falam de Deus, antes, falam do homem
que fala com Deus e do Deus que fala ou responde dentro deste homem. Como disse
Leonardo Boff: “Não há sentimento no ser humano que não esteja representado nos
salmos, como um espelho”[1].
Neste mundo de espiritualidade sem mascaras
que é o saltério judaico o verdadeiro cristão se encontra e se identifica, sem
ter que “dançar”, “pular” e dramatizar no “picadeiro” da hipocrisia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário