sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A ANTROPOLOGIA SALMÍSTICA 
Reflexões sobre a alma e o tempo e o eterno.



O livro dos salmos é carregado de “sentimento espiritual”. Sentimento espiritual é o tipo de coisa que sentimos em relação a Deus e as coisas concernentes a Deus.
Nos salmos a alma que chora toda uma noite para poder sorrir logo ao amanhecer (Sl 30.5); nos salmos vemos a alma que de tanto sofrer chega ao ponto de invejar a riqueza dos maus (Sl 73. 3); vemos uma alma que se azeda diante dos infortúnios da vida (Sl 73. 21); vemos a alma que tem solidão de abrigo e pessoas – outras almas (Sl 142.4); vemos uma alma em sequidão que anseia por significado, plenitude, prazer, vida – Deus.
Nos salmos vemos o espírito que pede uma reforma de retidão no seu próprio espírito (Sl 51.10); vemos um espírito que pede comunhão com um Espírito pleno de amor, paz e salvação (Sl 51.11,12); vemos o espírito que encontrou morada nos braços do pai, assim como o pardal ninho para si (Sl 84.2,3); vemos um espírito que deseja estar na presença do Espírito de Deus.
A “antropologia salmística” está firmada nisto: os salmos revelam nossa autobiografia espiritual.
Os salmos são a oração da nossa alma e o louvor do nosso espírito. Os salmos não só falam de Deus, antes, falam do homem que fala com Deus e do Deus que fala ou responde dentro deste homem. Como disse Leonardo Boff: “Não há sentimento no ser humano que não esteja representado nos salmos, como um espelho”[1].
Neste mundo de espiritualidade sem mascaras que é o saltério judaico o verdadeiro cristão se encontra e se identifica, sem ter que “dançar”, “pular” e dramatizar no “picadeiro” da hipocrisia.



[1] http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2014/02/03/os-salmos-a-anatomia-da-alma-humana/




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