sábado, 26 de agosto de 2017

ANTROPOLOGIA SALMÍSTICA 

Reflexões sobre a alma o tempo e o Eterno.

Salmos e teologia


 Uma teologia salmística. Esse será um dos objetivos desta série de textos (pequenos – quase sempre, ou “grandes” – dependerá muito da visão do leitor) sobre o saltério judaico. É preciso, antes e tudo, identificar o tipo de teologia encontrada nos salmos? É ela elitista ou popular? Acadêmica ou experimenta? Responder a estas interrogações se faz importante para nortear toda a discussão baseada nos salmos. Portanto, pode-se adiantar em dizer, que, por teologia salmística, entende-se aquela voltada para a alma; para a adoração; para o encontro entre Criador e criatura. Uma teologia íntima.  Teologia que acontece no plano do particular.   “...vá para o seu quarto, feche a porta e ore a seu pai, que está em secreto”[1].
Uma teologia humana. Foi Sêneca, tutor de Nero quem disse: “sou humano, e nada do que é humano me é estranho”[2]. A teologia dos salmos é humana, espiritual, e, portanto, humanamente divina. Nela, não se vê homens demonstrando erudição no campo da fé; nem mesmo, rabinos demonstrando seus conhecimentos da Torá. Muito menos, homens reivindicando para si uma natureza que só pertence a Deus. Daí o salmista perguntar: “Que é o Homem...? ”[3] O que se vê são homens em sua intimidade com Deus. Não são homens falando com homens; antes, são homens falando com Deus sobre si mesmos, ou sobre outros homens. É humana, porque o homem está “nu” diante de seu Senhor; é espiritual, porque, é uma oração, um louvor, um devocional – o momento mais sagrado na vida da criatura, chamada – ser humano.
Neste particular, o livro dos salmos, é o maior legado da Bíblia à alma do homem que busca o Sagrado, O Supremo Ser, O que de todos é a Vida, Inspiração e Repouso. O que se pode esperar de um Saltério produzido ou formado no fogo da experiência de uma vida com Deus? Os hinários congregacionais das igrejas históricas têm algo a dizer sobre isso; basta olhar a biografia de muitos dos seus poetas e ver o que se estava passando na vida de cada um deles. O que se passava na vida da Frida Vingren, por exemplo, quando compôs o hino 126 da harpa crista? Seus sentimentos podem ser resumidos na estrofe que se segue:
Quem quiser de Deus ter a coroa,
Passará por mais tribulação;
Às alturas santas ninguém voa,
Sem as asas da humilhação;
O Senhor tem dado aos Seus queridos,
Parte do Seu glorioso ser;
Quem no coração for mais ferido,
Mais daquela glória há de ter[4].

Esse tipo de poesia, não só é sagrada, mas também teológica; todavia, não a teologia acadêmica, mas, teologia forjada no fogo da experiência que se adquire em andar com Deus. Por isso o salmista pode exultar na dedicação do templo: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”[5]. Não é uma teologia elitista, mas uma teologia devocional e experimental. “...Provai e vede que o Senhor é bom”[6]. É uma teologia mais patrística (que adora enquanto se constrói) do que uma teologia moderna (em que sobre tudo se interroga, e em nada se crer).
Uma teologia sem máscaras. Os salmos nos brindam com uma teologia sem máscaras. Sem a necessidade de costurarmos folhas de figueira para cobrir a vergonha na presença do Criador, como um “bom” filho de Adão[7]. “...e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”.[8] O relato bíblico, mostra uma atitude dos primeiros país, que se transformou em uma normalidade na vida dos homens. A hipocrisia, que mora no ambiente da religião institucional é uma consequência direta desse ato. Nosso Senhor fez duras críticas a essa prática. Todavia, nos salmos, não há lugar para homens com “máscaras”. Seria ser muito pretensioso, se reportar a Deus como outra pessoa. O Jacó que enganou seu pai: “Você é mesmo meu filho Esaú? ” – perguntou, Isaque – ele respondeu: “Sou”[9]; não pôde fazer o mesmo com Deus: “O Homem[10] lhe perguntou: ‘Qual é o seu nome?’ ‘Jacó’, respondeu ele”.[11] A figura de Jacó, é uma referência a incapacidade humana de estar na presença de Deus de com aparências. Neste particular o grito de Isaias é bem significativo. “Então gritei: ‘ai de mim! Estou perdido! Pois sou homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o Rei, o Senhor os Exércitos’”[12]. Algo semelhante aconteceu com C. S. Lewis, ele conta em sua autobiografia, como o seu “colete fisioterápico” ou sua “carapaça” que o fazia parecer uma lagosta, foi-se aos poucos deteriorando e medida em que o Deus se aproximava dele. No caso de Lewis, não era em si um problema de hipocrisia, mas de “resistência” humana ao “caçador” divino; ele diz:

Eu subia a colina Headington no andar superior de um ônibus. Sem palavras e (acho eu) quase sem imagens, uma verdade sobre mim mesmo me foi de alguma forma apresentada. Tomei ciência de que vinha mantendo algo a distância, ou isolando esse algo lá fora. Ou – se o leitor preferir – que estava usando uma roupa justa demais, como um colete fisioterápico, ou mesmo uma carapaça, como se eu fosse uma lagosta. Senti, ali e então, que me era dada a possibilidade da escolha. Eu poderia abrir a porta ou deixa-la trancada; poderia tirar a carapaça ou conservá-la. Nenhuma das alternativas me era apresentada como dever; nenhuma delas trazia embutida nem ameaça nem promessa, embora eu soubesse que abrir a porta ou tirar o colete significava o incerto. A escolha parecia ponderosa, mas era também estranhamente desprovida de emoção [...]. Escolhi abrir, tirar a carapaça, afrouxar as rédeas. Digo “escolhi”, mas não me parecia realmente possível fazer o contrário. Senti-me como se fosse um boneco de neve que, depois de longo tempo, começasse a derreter (LEWIS, 2015, p. 199)[13].

Nas palavras e Lewis, à medida que a Presença de Deus – que no momento Lewis o chamava de “Espírito” (uma referência a impossibilidade desse Ser Supremo comunicar-se com os homens) se aproximava, todas as suas resistências humanas caiam por terra. Experiências como estas, marcam a introdução de homens e mulheres na estrada dos salmistas. Estrada marcada por confissões, arrependimentos e encontros com Deus. A oração confessional de Davi é um bom exemplo: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga a minas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar”[14]. Há muitos casos como este nos salmos.
Uma teologia do coração. Uma teologia do coração, é uma disposição de humildade diante do Senhor. É uma “inteligência humilhada”[15]. São as confissões de Santo Agostinho; o Discipulado de Dietrich Bonhoeffer; e por que não dizer, Romanos do apostolo Paulo? Nos salmos a exaltação não é uma expressão corporal ao audível, mas, antes de tudo, interna. “Regozije-se o meu coração na tua salvação”[16]. Falar a verdade de “...de coração...”[17], é quesito indispensável para habitar no Tabernáculo. Um coração humilhado é fonte de ensino. “Pois até durante a noite o meu coração me ensina”[18].
Uma espiritualidade do coração era ou, pelo menos, ainda é, o ideal da verdadeira fé em Deus. Nos dias de Jesus, tanto esse ideal, como os mandamentos de Deus estavam sendo violentado pela tradição dos anciãos. “E porque vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês”[19]. Jesus os acusava. A tradição, que por sua vez, era filha direta da hipocrisia estava lançando por terra os fundamentos da verdadeira adoração. Jesus os criticava: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens”[20]. É religiosidade, tem um “poder” de tirar os homens de seu verdadeiro ideal, e fazer com que adorem a criatura (que eles mesmos criam) em ligar do criador.
Uma teologia significativa. Finalmente, pode-se afirmar após tudo o que foi dito acima, que a teologia salmística, é, por natureza, uma teologia significativa. Ela fala a língua dos homens. Fala de uma espiritualidade encarnacional. É o mundo de Deus se acomodando ao mundo os homens. É a pedagogia de Deus para se fazer entender à “infantilidade” humana. Isso é tão significativo que nosso Senhor citou e se viu nos salmos. “A seguir, Jesus lhes disse: ‘São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco. Importava que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’”[21]. Nos salmos a espiritualidade passar a ter um significado concreto e tangível. A experiência com Deus deixa de ser uma teoria – uma possibilidade e passa a ser uma prática vívida – um andar diário com Deus.




[1] Mateus 6. 7 NVI.
[2] FERACINE, Luis. Coleção Pensamento e Vida. Sêneca: Filósofo Estoico e Tutor de Nero. São Paulo, SP. Editora Escola. 2011.
[3] Salmos 8. 4 ARA.
[4] https://harpacrista.org/hino/126-bem-aventuranca-do-crente/
[5] Salmos 30. 5 ARA.
[6] Salmos 34. 8 ARA.
[7] A expressão, filho de Adão é uma referência a forma de C. S. Lewis denominar a humanidade caída nas Crônicas de Nárnia.
[8] Gênesis 3. 7 ARA.
[9] Gênesis 27. 24 NVI.
[10] O Homem, aqui, segundo muitos estudiosos, é uma manifestação teofânica de Deus.
[11] Gênesis 32. 27 NVI.
[12] Isaias 6. 5 NVI.
[13] LEWIS, C. S. Surpreendido Pela Alegria. Viçosa, MG. Editora Ultimato, 2015.
[14] Salmos 51. 1-4 ARA.
[15] Fazendo referência a obra do teólogo Jonas Madureira.
[16] Salmo 13. 5 ARA.
[17] Salmo 15. 2 ARA.
[18] Salmo 16. 7 ARA.
[19] Mateus 15. 3. NVI.
[20] MATEUS 15. 8, 9 NVI.
[21] Lucas 24. 44 ARA.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A ANTROPOLOGIA SALMÍSTICA 
Reflexões sobre a alma e o tempo e o eterno.



O livro dos salmos é carregado de “sentimento espiritual”. Sentimento espiritual é o tipo de coisa que sentimos em relação a Deus e as coisas concernentes a Deus.
Nos salmos a alma que chora toda uma noite para poder sorrir logo ao amanhecer (Sl 30.5); nos salmos vemos a alma que de tanto sofrer chega ao ponto de invejar a riqueza dos maus (Sl 73. 3); vemos uma alma que se azeda diante dos infortúnios da vida (Sl 73. 21); vemos a alma que tem solidão de abrigo e pessoas – outras almas (Sl 142.4); vemos uma alma em sequidão que anseia por significado, plenitude, prazer, vida – Deus.
Nos salmos vemos o espírito que pede uma reforma de retidão no seu próprio espírito (Sl 51.10); vemos um espírito que pede comunhão com um Espírito pleno de amor, paz e salvação (Sl 51.11,12); vemos o espírito que encontrou morada nos braços do pai, assim como o pardal ninho para si (Sl 84.2,3); vemos um espírito que deseja estar na presença do Espírito de Deus.
A “antropologia salmística” está firmada nisto: os salmos revelam nossa autobiografia espiritual.
Os salmos são a oração da nossa alma e o louvor do nosso espírito. Os salmos não só falam de Deus, antes, falam do homem que fala com Deus e do Deus que fala ou responde dentro deste homem. Como disse Leonardo Boff: “Não há sentimento no ser humano que não esteja representado nos salmos, como um espelho”[1].
Neste mundo de espiritualidade sem mascaras que é o saltério judaico o verdadeiro cristão se encontra e se identifica, sem ter que “dançar”, “pular” e dramatizar no “picadeiro” da hipocrisia.



[1] http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2014/02/03/os-salmos-a-anatomia-da-alma-humana/




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Decadência doutrinária na igreja brasileira.

O dicionário Aurélio assim define a palavra decadência: estado daquele o daquilo que decai; declínio. (Dicionário Aurelio, editora: positivo, 8ª edição, 2010).
Segundo Aurélio decadência significa cair de certa posição em que se estava. Declínio – mudança de posição e/ ou estado. Isso sugere uma queda, uma mudança de foco. Significa cair em e /ou no erro. É o mesmo significado que se dá a queda do homem – o pecado original.
Corrupção é outra palavra bastante apropriada para definir a decadência doutrinária da igreja brasileira. Um doutrina corrompida e que se corrompe a cada dia. Ainda apelando para o dicionário Aurélio assim temos a palavra corrupção: 1- ato ou efeito de corromper (-se); decomposição. 2- devassidão, depravação. 3- suborno; peita. (Dicionário Aurelio, editora: positivo, 8ª edição, 2010). Aqui devemos notar algumas palavras em especial.
Decomposição. Segundo Aurélio corromper-se é a mesma coisa que decomposição. Decomposição por sua vez é o ato de deteriorar-se. Desfazer-se. É exatamente isso que estamos vendo, uma doutrina evangélica que se corrompe, se decompõe, se deteriora a cada dia que passa. O interessante é que na medida em que a doutrina vai se decompondo, o mau cheiro exala toda a nação, e acredito que já está fedendo nas narinas de Deus. O que estamos vendo é uma doutrina em estado de putrefação.
Depravação. Uma doutrina depravada parece um desvario, mas não é. Basta vermos o que estão ensinando em nome de Deus (Mesmo Deus não tendo nada a ver com isso). Não são poucos os pastores adúlteros e imorais que para se auto defenderem pregam e ensinam uma doutrina depravada para que essa justifique suas vidas de pecado. São doutrinas de homens. Não são poucos os testemunhos de lideres que usando um ensino depravado e imoral chegam a possuir as esposas de seus fiéis. Não irá demorar muito para vermos lideres defendendo a pedofilia, e não será difícil de entender por que.
Suborno. Ao condenar a prática do suborna na vida dos lideres de Israel, Deus disse a razão: o suborno cega o juízo. Estamos vivendo dias em que doutrinas são regradas há suborno e dinheiro. Pastores são comprados, igrejas são vendidas, e ministérios são negociados. A verdade, como disse o poeta da musica gospel, Sergio Lopes: tornar-se moeda cruel no cassino das religiões.
Outra palavra apropriada para definir a decadência doutrinária é corrosão. Seguindo meu apelo ao dicionário Aurélio temos a seguinte definição para corrosão: 1- Ação ou efeito de corroer. 2- Desgaste, ou modificação química ou estrutural do material, provocados pela ação de agentes do meio ambiente.
É exatamente isso que tem acontecido. A doutrina tem sido desgastada, tem sido modificada (adulterada) química (na sua essência) ou estruturalmente (sistematicamente, desordem) pela ação de agentes (lideres) que estão inseridos no meio ambiente (evangélico), mas que nada tem de evangélicos, senão o titulo.
Erosão. Erosão, esta é uma palavra usada pelo escritor Charles Swindoll para definir o que tem ocorrido com a igreja do século XXI, mais precisamente no seu aspecto doutrinário.
“o dicionário defini erosão em termos simples: ‘ato de um agente que erode, que corrói pouco a pouco; o resultado desse ato’. Ao longo dos anos descobri três verdades acerca da erosão, todas paralelas as definições dos dicionários: não ocorre rapidamente, sempre de modo vagaroso; não atrai atenção para si mesma, sempre age em silencio; e não é um processo óbvio, é sempre sutil. (...) os efeitos vagarosos, silenciosos e sutis da erosão são motivos não apenas de preocupação material, mas, em maior grau, de preocupação espiritual. F. B. Meyer, pastor britânico de outrora, coloca desse forma: ‘ nenhum homem se torna vil de uma hora para outra’. Ao contrario, a corrosão espiritual ocorre em etapas (...) de uma maneira lenta e destrutiva. Pode suceder a indivíduos e, certamente, pode ocorrer com a igreja.
Um amigo querido recentemente visitou uma igreja local fundada por uma denominação com séculos de tradição e raízes profundas na teologia conservadora. As pessoas que deram origem a essa denominação amavam as escrituras, proclamavam a palavra de Deus e viviam de acordo com as verdades nela contidas. Para dizer a verdade, esses indivíduos eram desprezados pelos demais por serem “retrógrados”. A intenção deles nunca foi iniciar uma denominação. No entanto, seu modo de viver deu origem a um movimento que varreu a Inglaterra e acabou cruzado a atlântico, chagando aos Estados Unidos. Apesar disso, meu amigo e sua esposa, ao participarem do culto naquela manhã, com centenas de outras pessoas, observaram que apenas eles dois e outro irmão haviam trazido a Bíblia.  Sinais dos efeitos da erosão. O desvia daquela igreja em relação as suas raízes teológicas vigorosas não ocorreu em dois meses, dois anos, ou mesmo duas décadas. Antes, foi uma erosão vagarosa, silenciosa e sutil. À medida que o tempo passar, essa denominação dificilmente reterá suas convicções originais, ou se quer se lembrará delas”.
Usando as palavras de C. S. Lewis, Swindoll continua:
“C. S. Lewis, em sua criativa obra intitulada: cartas de um diabo ao seu aprendiz, escreveu: ‘Com efeito, a estrada mais segura para o inferno é aquela ladeira gradual e suave de chão macio, sem curvas acentuadas, sem marcos de quilometragem e sem placas de sinalização’. Quatro palavras se destacam no texto de Lewis: sem marcos de quilometragem. A fim de acordar do seu sono prolongado, a igreja precisa de marcos. O marco serve a uma de duas funções básicas: mostrar até que ponto nos movemos em direção aos nossos objetivos, ensejando motivos de celebração, ou quanto nos desviamos do rumo, compelindo-nos a retornar. (...) O marco representa um ponto de referencia a partir do qual podemos tirar medidas objetivas. Paramos, olhamos para trás e nos lembramos do motivo inicial de termos iniciado a jornada. Precisamos recordar e reafirmar nossos objetivos originais e, em seguida, perguntar: ‘Aqueles objetivos ainda são nossos? Estamos no rumo certo?’. É necessário haver pontos de parada ao longo do caminho, pausas obrigatórias para refletirmos se desviamos ou não do rumo. A razão para isso é simples: sem marcos, a igreja se perderá. Conforme ocorre no processo de erosão, não perceberemos o desvio se não estivermos prestando atenção”. (Swindoll, a igreja desviada, p.19,20).
Prestar atenção. Tá aí uma coisa que os evangélicos brasileiros não fazem. “Até porque, no contexto de um evangelho sensitivo, prestar atenção não é nada espiritual”.  O povo brasileiro é sobretudo religioso até a tampa. Nessa religiosidade, gostamos de ver, pegar e sentir. Sendo assim, não nos surpreende o nível de idolatria em que se afoga o nosso povo. Não é o bastante saber que Deus existe – “eu preciso toca-lo”, pensam alguns. Não nos conformamos com um Deus invisível – “precisamos velo”, pensam outros. Não basta saber que Jesus está nos templos – “é necessário senti-lo”, dizem ainda outros”. Nesse particular, como já dissemos, não há espaço par uma espiritualidade criteriosa e investigativa.
Lembro-me de um culto em que o pregador disse: “não se importe ou se preocupe se o que você está sentindo é de Deus ou do Diabo, só não saia daqui sem sentir nada”. Isso é exatamente o que tem ocorrido em nossos ajuntamentos ditos pentecostais, um culto sensorial que despensa o exame espiritual. Muitos estão se “enchendo do espírito”, mas não estão prestando atenção nos seus verdadeiros motivos, anseios e emoções. Precisamos de mentes espirituais que possam detectar os sinais de “erosão” na igreja.
Por não termos prestado atenção em nossos verdadeiros motivos evangélicos, estamos vivendo um decadência doutrinária quase sem precedentes. O pastor Paulo romeiro nos mostra fatos gritantes:
·         Há evangélicos que enviam seus dízimos para a LBV (Legião da Boa Vontade), pensando tratar-se de uma organização evangélica. A LBV é uma seita espírita.
·         Pastores evangélicos usam a revista despertai! e A Sentinela das testemunhas- de-Jeová para ministrar a escola dominical. Outros já usaram a revista acendedor da Seicho-No-Iê.
·         Algumas igrejas dão seus púlpitos aos mórmons, só porque dizem ser missionários note- americanos. (Romeiro, p.16).
As informações que nos chegam são simplesmente aberrantes. A igreja brasileira posta em destaque neste texto é ignorante quanto a questões doutrinarias e tradição cristã. Não tenho duvidas que isso é sinal de muito entretenimento e pouquíssimo ensinamento Bíblico. Vendo por essas lentes, não nos assusta o tão grande número de crentes trambiqueiros, ante-éticos, e imorais, e, que ainda profetizam (profetizam?): o Brasil é de Jesus. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES                 capitulo  01.2        





Texto Aureo:
Lições Bíblicas Mestre <br>Jovens e Adultos <br>4º trimestre de 2012“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que todo homem de Deus seja perfeito e perfeitamente equipado para toda boa obra”. 2 Tm 3.16,17
Verdade prática: A AT
Quanto aos Doze Profetas, que seus ossos rebrotem de seus túmulos; pois fortaleceram Jacó e o resgataram por sua virtude fiel. Eclesiástico 49.12 – livro apócrifo.

Este texto nos mostra que toda e qualquer parte da Escritura tem um valor inenarrável para o homem. Tanto os livros históricos como o Pentateuco ou poéticos e/ ou profetas maiores são de suma importância para nós nos dias de hoje. O que não deixa de fora os chamados profetas menores. O sentido de menor não é a mesma coisa que de menos importância. No cenário bíblico todos os escritores foram de muita utilidade para Deus moldar a vida do seu povo a fim de cumprir os seus propósitos.

1- A ORIGEM DO TITULO “PROFETAS MENORES”.
Porque este titulo foi dado aos últimos doze  livros do antigo testamento? Se formos analisar a Bíblia hebraica eles estão inseridos no mesmo grupo dos “profetas maiores”.  Tudo indica que foi Esdras e a “grande sinagoga” que os agrupou desta forma aproximadamente em425 a.C. a tradição Judiaca os chamava de “os doze” o intreressante é que o escritor Jesus Bem Sirac os sitou em seu livro conhecido como eclesiástico. “Quanto aos Doze Profetas, que seus ossos rebrotem de seus túmulos; pois fortaleceram Jacó e o resgataram por sua virtude fiel. Eclesiástico 49.12 – livro apócrifo”. Quanto a designação 'PROFÉTAS MENORES" esta surgiu na Igreja Latina conforme registra Agostinho bispo de Hipona (345-430 d. c.).


1- MENORES EM QUANTIDADE NÃO EM QUALIDADE.
A origem do titulo “profetas menores” é lhes dado por sua pouca literatura escrita. Não podemos jamais deduzir que eles eram menores em importância que os chamados “profetas maiores”. Todos eles tiveram uma participação importantíssima no Canon. Definitivamente não é a qualidade se posso assim dizrer que está aqui em questão mas seus escritos –escritos estes tão importantes como qualquer outro livro da Bíblia Sagrada. “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que todo homem de Deus seja perfeito e perfeitamente equipado para toda boa obra”. 2 Tm 3.16,17

2- O CARATER DA PROFECIA.
A profecia dos livros em estudo não é de caráter preditivo tão somente, eeles pregavam contra o pecado atual do povo rebelde. Oseias criticou a postura adultera de Israel, Jonas pregou por quarenta dias contra a cidade de Nínive – no caso de Jonas a profecia foi de caráter atual e preditivo. “E começou Jonas a entrar pela cidade, fazendo a jornada dum dia, e clamava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida”.(Jn 3.4)

3- OS PROFETAS MENORES E A IGREJA DO SÉCULO XXI.
 Foi o pastor Pedro quem nos mostrou a importância das palavras proféticas veja:
“E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”. II Pd 1.20,21,22

Educar é uma função de todos

Qual professor, ou mesmo pai, já teve a curiosidade de saber qual é o verdadeiro significado da palavra educar? E se essa é uma tarefa da família ou da escola? Para a maioria das pessoas “educar” é uma obrigação exclusiva das escolas e de seus respectivos profissionais, se esquecendo que Educar é uma função de todos, tanto dos pais quanto dos educadores. O conceito de educar vai muito além do ato de transmitir conhecimento, educar é estimular o raciocínio, é aprimorar o senso crítico, as faculdades intelectuais, físicas e morais.

O homem é um ser que precisa de orientação e informação. Esses conhecimentos são adquiridos na escola, e ela, juntamente com os pais, deve despertar nos alunos a curiosidade e a capacidade para entender o mundo que os cerca, e de ensiná-los os conceitos empregados pela sociedade.

A educação é função de todos, pois aprendemos até mesmo em uma conversa com uma pessoa de outra cultura, que recebeu educação diferente da nossa, etc. Isto é, nosso aprendizado depende não só da escola, mas também de nossos familiares e das pessoas que convivemos, seja na escola, em casa ou no trabalho. A educação é algo que cabe em qualquer lugar.

Por Marco Aurélio da Silva
Equipe Brasil Escola
Fonte: R7 - Canal do Educador

sábado, 22 de setembro de 2012


      Pastor Youcef Nadharkani escreve carta de agradecimento a cristãos de todo o mundo

  Veja a carta do pastor Youcef Nadharkani divulgada pela ACLJ:

“Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade!… Salmo 115:1
Salaam! (A paz esteja com você!)
Eu glorifico e dou graça ao Senhor com todo o meu coração. Sou grato por todas as bênçãos que Ele me deu durante toda a minha vida. Sou especialmente grato por Sua bondade e proteção divina que estiveram presentes durante a minha detenção.
Eu também quero expressar a minha gratidão para com aqueles que, em todo o mundo, têm trabalhado por minha causa ou, devo dizer, a causa que eu defendo. Quero expressar a minha gratidão a todos aqueles que me apoiaram, abertamente ou em completo sigilo. Está tudo muito claro em meu coração. Que o Senhor te abençoe e te dê a Sua Graça perfeita e soberana.
Na verdade, eu fui posto à prova, passei num teste de fé que, de acordo com as Escrituras, é “mais preciosa do que o ouro perecível”. Mas eu nunca senti solidão, eu estava o tempo todo consciente do fato de que não era uma luta solitária, pois eu sentia toda a energia e apoio daqueles que obedeceram a sua consciência e lutaram para a promoção da justiça e dos direitos de todos os seres humanos. Graças a estes esforços, tenho agora a enorme alegria de estar de novo com minha maravilhosa esposa e meus filhos. Sou grato a essas pessoas através das quais Deus tem trabalhado. Tudo isso é muito encorajador.
Durante esse período, tive a oportunidade de experimentar de uma forma maravilhosa a passagem da Escritura que diz: “Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação.” [2 Co 1:5]. Ele confortou a minha família e lhes deu condições de enfrentar essa situação difícil. Em sua graça, Ele supriu suas necessidades espirituais e materiais, tirando um peso de minhas costas.
O Senhor maravilhosamente me conduziu durante os julgamentos, permitindo-me enfrentar os desafios que estavam na minha frente. Como a Bíblia diz: “Deus não nos deixa ser provados acima de nossa força…”.
Apesar de eu ter sido considerado culpado de apostasia, de acordo com uma certa interpretação da sharia, agradeço que o Senhor deu, aos líderes do país, a sabedoria para findar esse julgamento, levando em conta outros fatos. É óbvio que os defensores do direito iraniano e os juristas têm feito esforço importante junto às Nações Unidas para fazer cumprir a lei e o direito. Eu quero agradecer a todos aqueles que defenderam a verdade até o fim.
Estou feliz de viver em uma época em que podemos ter um olhar crítico e construtivo em relação ao passado. Isto permitiu que o surgimento de textos universais visando a promoção dos direitos do homem. Hoje, somos devedores desses esforços prestados por pessoas queridas que já trabalharam em prol do respeito da dignidade humana e passaram para nós estes textos universais importantes.
Eu também sou devedor àqueles que fielmente ensinaram sobre a Palavra de Deus, para que a própria Palavra nos fizesse herdeiros de Deus.
Antes de terminar, quero fazer uma oração pelo estabelecimento de uma paz universal e sem fim, de modo que seja feita a vontade do Pai, assim na terra como no céu. Na verdade, tudo passa, mas a Palavra de Deus, fonte de toda a paz, vai durar eternamente.
Que a graça e a misericórdia de Deus seja multiplicada sobre vocês. Amém!
Yousef Nadarkhani”
Por Jussara Teixeira para o Gospel+

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

     

Lições Bíblicas Mestre <br>Jovens e Adultos <br>4º trimestre de 2012
 OS PROFETAS MENORES

Os profetas Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias são denominados de profetas menores, como a lição bíblica deste trimestre estará estudando este tema acho que e propicio postar alguns documentos referente este tema.

Nossa primeira proposta é tentar responder o porque de serem chamados assim. segundo a história os livros prófeticos foram arrolados em um único volume pelo escriba Esdras e a chamada grande sinagoga* pós o cativeiro babilônico em 425 a. C. Na literatura judaica estes foram chamados de "OS DOZE" ou "OS DOZE PROFETAS" aproximadamente em 190 a. C. daí o escritor Jesus Ben Sirac* escrever "Quanto aos Doze Profetas, que seus ossos rebrotem de seus túmulos; pois fortaleceram Jacó e o resgataram por sua virtude fiel". Eclesiástico 49.12 Quanto a designação 'PROFÉTAS MENORES" esta surgiu na Igreja Latina conforme registra Agostinho bispo de Hipona (345-430 d. c.).

Contudo esta alcunha não quer dizer que estes doze tenham menas importância que os demais profetas (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel), eles são chamados de profetas menores pois sua quantidade de escritos foram menor que a dos demais citados entre parentese. A própria Bíblia nos mostra que estes eram e/ou é tão importantes com aqueles. “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que todo homem de Deus seja perfeito e perfeitamente equipado para toda boa obra”. 2 Tm 3.16,17.

Na próxima postagem examinaremos a atualidade da mensagem dos profetas menores.


*Grande sinagoga é o título atribuído a 120 escribas.
*Jesus Ben Sirac é provavelmente o autor do livro apócrifo chamado de Eclesiastico.

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